22/12/2007

um dia

desaparecer ... ? talvez um dia! Para onde...? não sei! fugir dos que são mais próximos, só pq são os que mais nos exigem não é uma hipocrisia a que me queira submeter... mas será esse o caminho para conehcer a verdade? talvez sim, talvez não. Gostava de entender se estou assim tão fora do padrão dos demais. Apesar de próximo, tudo por vezes me parece literalmente estranho. As expectativas perdem-se pelo caminho. Fica apenas a mágoa. Mas quem é o "bom" aqui? Quem não ousou e seguiu em frente sem culpas, ou aquele que ficou para trás à espera de mais?? aiai... tantas perguntas e nenhumas respostas. Não sei o que é a culpa, a cegueira nem muito menos a humildade. apenas sei que sigo o meu coração! Seja notada apenas por isso. Cínica não sou.

02/12/2007

!! Manifesto !!

E assim somos nós: fúteis, insensíveis e totalmente despreocupados. Não temos a mínima noção do que é amar e ser amado. Trocamos o carinho como quem muda de ideias entre refeições. Não estamos minimamente importados com o outro, isso é totalmente uma fachada, só o aceitamos na medida em que se torna útil e agradável ao nosso sentir.
Somos egocêntricos, frios e calculistas. Não estamos preocupados com o nosso próximo, estamos antes em cuidados com aquele que nos é totalmente distante, aquele com o nr 506 da rua X a quem será dado neste Natal uma boa dose de sopa ( não que isto não seja importante, mas é necessariamente um descargue de consciência para com o bem que devemos empreender para com os “pobres da sociedade”). Não nos importamos tanto, ou melhor, não nos pesa quando vamos dormir, aquando uma resposta torta ou uma atitude menos respeitosa para com um amigo; na verdade nem demos por isso. Achamos que os outros não ligam ao que por vezes dizemos, ou antes, tomamos isso como uma nossa verdade. É tão fácil não pensar!
Somos tendencialmente os primeiros, enquanto cristãos, a amar o próximo como a nós mesmos, mas só na medida que nos dá jeito, em que nos é suportável. Uma esmola tira-nos o peso da entrega no dia-a-dia. Pois na verdade é o que dói. Dói infinitamente na alma estender a mão e abrirmo-nos ao próximo, porque escutá-lo é torná-lo parte de nós, é torná-lo em Nós, é estar-se em comunhão; e hoje em dia isso é demasiado. Não há tempo a dar, não há tempo para ser. É preciso ter coragem para abraçar os outros sem que nos esqueçamos deles quando voltamos a casa, ou quando encontramos um outro pelo caminho. Nós egoistamente, deixamos os outros para trás, tornamo-los figuras vivas no nosso placard de fotografias das recordações. E dizemos: “Foi tão importante há dois anos, era sem dúvida o meu amigo!”. Bah! Isto é mentira, é parvoíce. Chamem-lhe o que quiserem: é cobardia! Quem é realmente importante num dia não deixa de o ser noutro, independentemente do que fez, faz, pensa, acredita, ou até que tenha encontrado alguém melhor. Um amigo não é um namorado, não se muda/troca, até se encontrar um perfeito. Também não se coleccionam, fazem simplesmente parte, como um puzzle onde constantemente são encontradas novas peças que se encaixam em nós no seu total. Ninguém se completa com duas peças, isso não é um puzzle... isso é a imagem da capa! Eu entendo que seja um ideal romântico, mas a meu ver, não se traduz na realidade.
Ser-se amigo é ( era ) a coisa mais maravilhosa do mundo. Era ser-se outro. Partilhar tudo e mais alguma coisa. Estar em comunhão com o outro. O problema é que a sociedade consumista e do fast-food em tudo se manifesta, e nas amizades também funciona, tristemente, um pouco assim. Ora hoje funcionamos bem, ora amanhã já aparece algo melhor. Então trocamos, mantendo uma fachada de que ainda nos importamos, mas só a 10% ( “ Pois então, os amigos nunca se esquecem.”). Claro que a teoria da entrega já se foi pelo cano a baixo. Agora trabalhasse a part-time esperasse que se ganhe o mesmo, o mesmo lucro! Patetice! Tudo o que se ama tem que se cuidar com esforço e dedicação senão morre. “Se queres um amigo cativa-o!” já se dizia no Principezinho. O problema, a questão, o cerne é que o mundo tanto não tem tempo, como não quer. Somos Fúteis, estúpidos e totalmente não cristãos. Não estendemos a mão, manda-mos esmola e esperamos o sorriso mais aberto do mundo. Esperamos que nos agradeçam o quê?? A moeda ou o pão?? A moeda e o pão são efémeros, passam, mas a fome continua. Se amassemos realmente não haveria fome nem solidão. ( isto não é uma proposta contra a fome no mundo, é apenas para matar o bicho que o corrói, as relações, as motivações e especialmente a coragem! )
Se quisermos ser alguém no mundo temos que lhe pertencer primeiro, amá-lo e cuidar dele. Fingir que não há problemas é a forma mais fácil de cometermos suicídio, a nossa anulação consentida. Não há desculpas para a incompetência, mas todos a possuímos.

by me: Num dia de Revolta